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O Setor Aeronáutico Brasileiro em um Admirável Mundo Novo – Oportunidade em Meio a Desafios (2 de 2)

Apesar dos impactos dramáticos da COVID19, alguns países com alto tráfego doméstico podem tirar alguma vantagem. Este é o caso do Brasil!

Fonte: https://airportir.com/ir-pulse/the-brazilian-aviation-sector-in-a-brave-new-world-opportunity-amid-challenges-part-1-of-2-2/

Por André Soutelino (São Paulo, Brasil)

Sob a realidade atual da COVID19, há uma forte tendência para as viagens domésticas. De acordo com a principal agência de viagens do Brasil (CVC), as vendas domésticas estão chegando a 80% em comparação com 2019 e algumas operadoras receptivas estão investindo em destinos do mercado doméstico como a Del Bianco Travel Experience.

A força dos mercados domésticos é uma oportunidade para toda a cadeia da aviação. Este é o momento para a aviação regional, devido ao interesse em destinos/viagens de curta distância, graças à pandemia. O Brasil tem um potencial para apoiar uma ou duas companhias aéreas domésticas. Há também um potencial para as companhias aéreas regionais e sub-regionais no Brasil.

Outra oportunidade inexplorada é o setor de hidroaviões e a atividade portuária marítima. É a maneira mais econômica de conectar todas as regiões do Brasil, porém a Autoridade de Aviação Civil Brasileira precisa desenvolver uma estrutura regulatória para este novo modo de transporte (talvez tomando uma dica do bem estabelecido e bem sucedido setor comercial de passageiros de hidroaviões do Canadá, exemplificado pelo Centro de Vôos do Porto de Vancouver aninhado no coração do centro de Vancouver.

Embora o Brasil tenha mais de 8.000 km de mar e rios, não há nenhuma estrutura regulatória relacionada a hidroaviões e portos marítimos no Brasil.

Com um crescente interesse e força no mercado regional, há oportunidades para operadores especializados em operações aeroportuárias regionais investirem e prosperarem no Brasil. O Governo Federal não decidiu o destino do operador estadual INFRAERO e, portanto, continua como operador e prestador de serviços aeroportuários. Entretanto, a INFRAERO não pode alavancar nenhuma vantagem de ser uma entidade pública, pois todos os licitantes para tais oportunidades devem estar em igualdade de condições.

Recentemente, a INFRAERO assegurou algumas operações aeroportuárias regionais (isto é, Botelho – DF, Divinópolis – MG, Guarujá – SP, Ipatinga – MG e Parnaíba – PI) sob contrato de serviço sem passar por um processo de licitação pública. Até o final de 2022, o Governo Federal pretende licitar um total de 43 aeroportos operados pela INFRAERO (exceto os aeroportos mencionados acima). Em março de 2021, 22 aeroportos chegarão ao mercado sob a 6ª rodada, que será a primeira vez em que os operadores aeroportuários não serão obrigados a manter uma posição de participação acionária. Qualquer consórcio ou entidade pode fazer uma oferta. O vencedor deverá contratar uma operadora.

Além disso, a 6ª rodada será a menor exigência de investimento devido à COVID/19. O Governo diminuiu a oferta mínima e o número de melhorias a serem realizadas durante a concessão. Outro ponto-chave é o forte dólar americano ( 1 USD = 5,68 BRL). No total, estes 22 aeroportos poderiam ser vendidos a preços de barganha.

Além disso, mais dois aeroportos (VCP e NAT) serão novamente licitados. Os concessionários (respectivamente Aeroportos Brasil e Inframerica) estão devolvendo as concessões ao Governo Federal (veja o artigo “Tale of Two Cities – Viracopos & Natal Heading Back to the Auction Block” do IR Pulse June 2020 para mais informações).

Neste momento, não está claro quando será lançado o processo de licitação devido às exigências de diligência para avaliar o valor “real” desses aeroportos à luz dos impactos da COVID19 sobre a recuperação do tráfego e o crescimento futuro.

Oportunidades também podem ser vistas para serviços de assistência em terra. Com a mudança para aumentar os serviços regionais no Brasil, os aeroportos regionais precisarão de prestadores de serviços de assistência em terra para atender as companhias aéreas nestes mercados imersos.

O governo brasileiro está lançando um programa chamado Voo Simples (Flying Simple) para fomentar todas as oportunidades listadas acima, e outras, para que se concretizem. Os destaques do programa incluem:

Comercialização de operações de aeródromos privados;

Nenhuma autorização prévia para construir pistas de decolagem;

Regulamentação de portos marítimos e operações de hidroaviões;

Treinamento em simulador a cada 24 meses;

Procedimentos específicos para pequenas companhias aéreas; e

Todos os registros de aeronaves são facilitados em formato digital.

Em conclusão, a taxa de câmbio atual está tornando todas as oportunidades descritas acima mais atraentes para os investidores internacionais e a lei não estabelece nenhum limite para o capital estrangeiro. Novas oportunidades também podem ser concretizadas se o governo autorizar micro-distribuidores de combustível de aviação, impulsionando a concorrência e diminuindo os custos operacionais das companhias aéreas.

O Brasil está esperando por investimentos de braços abertos!

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